![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP_01XuC4NsMkMF6z9Qo8ssEqwHmytO1IXbYcVVPU4APQvryZeJaIPxhMEz-4SQiWPuyecros-wee111quDh56Zte8Jbn1JtJ47Lt4b6TtN2eZl5TdEHMQu5raYFAo4oHMTKfcXRT5TfQ/s400/completo.jpg)
A grosso modo, podemos afirmar que a partir da década de 90 as vanguardas arquitetônicas vêm intensificando a exploração da interface digital (computadores, softwares, internet, etc.) como território de especulação para novas possibilidades arquitetônicas. Ou seja, o novo instrumental não funciona apenas para um melhor desempenho produtivo, mas para expandir o campo cultural da produção arquitetônica, funcionando como uma ligação com áreas de conhecimento distintas em busca de novos processos projetuais. Acredito que o digital não é um mero instrumento, mas também linguagem, possibilidade e conceito.
A interface de parte dessas neo-vanguardas com os conceitos explorados nesse blog (complexidade e emergência) é evidente. Nesse breve texto, limito meu recorte à idéia de um design algorítmico/paramétrico, ou seja, algo que não é materializado a partir de medidas ou dados absolutos, mas de relações entre objetos, que permite o controle/alteração do sistema a partir dos parâmetros imbuídos nos elementos constituintes. Além disso, esse organismo é manipulado/desenvolvido a partir de regras específicas (algoritmos).
A eleição dos valores incluídos nesse tipo de processo (inputs) pode engatilhar experimentações diversas, desde um sistema de formas complexas a uma interpretação, leitura e inserção de vetores culturais/sociais do contexto trabalhado. Por um lado, essa abordagem entende o emaranhado (a complexidade) como algo positivo e culturalmente aceitável e por outro potencializa estratégias bottom-up de design, reforçando características emergentes no organismo projetado.
Um exemplo muito interessante desse tipo de abordagem é o projeto IVY, do escritório mos. É um conjunto de estruturas para pendurar roupas na parede, e parte da idéia de elementos simples que possam crescer, a partir de regras determinadas, gerando configurações diversas, de acordo com o desejo do consumidor. O escritório não criou um objeto, mas um sistema evolucionário capaz de gerar n objetos. O escritório trabalhou com um aplicativo que simula o desenvolvimento desse organismo, que é constituído de 1 elemento (em forma de y) e 4 possíveis nós.
Além de projetos de design, o escritório trabalha na área de arquitetura, desenvolve pesquisas e softwares para gerar sistemas complexos, que funcionam como subsídio para seus projetos. Um exemplo dessa pesquisas é o software FORTRESS, que permite desenvolver estruturas auto-regulatórias de crescimento paramétrico.
Segundo Michael Meredith (um dos fundadores) o próprio escritório é multidisciplinar e paramétrico, pois aceita a experiência e diversidade de sua própria organização como matéria prima para os projetos. Ainda tenho minhas ressalvas quanto a essa última colocação, mas acho louvável a qualidade da produção deles...vale a pena conferir o site.
Nenhum comentário:
Postar um comentário