quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Cérebro Tirano ?
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Programação para Imprevisibilidade. Imprevisibilidade na Complexidade.
Tendo em vista o funcionamento de tais sistemas de software, com sua linguagem clara e de resultados precisos quando acionados pelos usuários, nota-se que ele é pouco dialético, e principalmente pouco dialógico. Há, no entanto, na Ciência da Computação, exemplos de software em que atinge-se dialógica, nos quais a léxica deixa de ser um conjunto de ferramentas de resultados precisos e o diálogo passa a ser entre as intenções formais, ou mesmo funcionais e sentimentais do usuário e a resposta adequada do software, que pode Desenvolvemos então um software que reage aos movimentos dos usuários, ainda que levados ao computador pelo movimento de um cursor do mouse. A cada movimento, um conjunto de linhas conexas é apresntado; o resultado são formas que se compõem gradativamente, de modo diferente a cada nova interação.
O funcionamento do software tem 7 comportamentos diferentes, que podem ser escolhidos pelos usuários ao digitarem as letras “a” a “f”, ou qualquer outro dígito que resultara no mesmo comportamento. Ainda que esse detalhe seja meramente operacional, iniciamos a seleção do comportamento que o programa adotará pedindo ao usuário que escolha a sua complexidade.
Os resultados obtidos podem ser os seguintes:
- Opção A: novas retas são adicionadas, limitando-se à forma de um quadrado. O que acontece nesse caso é o preenchimento gradativo do quadrado com retas conectadas. O ponto inicial de cada reta é o final da anteriormente inserida no sistema. Mais de uma reta é inserida a cada movimento do mouse (o que pode ser definido no código fonte do sistema). Como as retas tem seus pontos definidos aleatóriamente, o padrão de preenchimento do quadrado deve ser diferente a cada interação.
- Opção B: as retas resultantes da execução do software nesse modo não tem limitação vertical, ainda que sejam limitadas horizontalmente. Elas são adicionadas às pré-existentes seguindo a direção do movimento do mouse. Quanto mais veloz o movimento, mais espaçadas serão as retas, como acontece com um pincel real, que preenche mais a tela com a cor da tinta que carrega quanto mais lento for o movimento do pintor.
- Opção C: semelhante ao caso A. Nesse caso as retas limitam-se a um retângulo que se apresenta no topo da tela.
- Opção D: semelhante ao anterior. A limitação espacial é o quadrante superior esquerdo da tela
- Opção E: Nesse caso as retas ocupam todo o espaço da tela, exceto as bordas direita e esquerda.
- Opção F: A limitação espacial é semelhante à da opção E, com a diferença de que a função que gera os pontos aleatóriamente é alterada a cada movimento do mouse. Assim, mesmo que iniciassem a execução do software ao mesmo tempo e em dois computadores diferentes e executassem simultaneamente os mesmos movimentos, dois usuários veriam a imagem se formar diferentemente se um escolhesse a opção E e o outro a opção F.
- Qualquer outra opção: o traçado corresponderá ao movimento exato do mouse quando ele for movimentado lentamente e a retas compostas por pontos por onde ele passou quando movimentado rapidamente. A velocidade do movimento e sua captação na imagem pode ser controlada no código fonte desse software.
É comum a todas essas opções o comportamento de que todas as retas traçadas tenham uma nova cor a cada movimento do mouse. Quando quiser apagar totalmente o quadro, o usuário pode clicar.
Ainda que essa composição de retas seja um modelo simplificado de uma colagem, ela se caracteriza por um diálogo entre o designer (ou usuário) e o computador. Este define os elementos e sua posição, e aquele a velocidade de inserção de elementos. Ainda que o computador pareça "liderar" o processo criativo, na realidade ele só traz sugestões daquilo que o usuário poderia idealizar, e cabe a este decidir se elas fazem sentido. De fato, a autonomia é do usuário, que decide se a "sugestão" dada pelo computador será aceita, se precisa de mais elementos, ou se deve ser totalmente apagada.
Não se pretende caracterizar esse sistema como complexo, pois mesmo as funções aleatórias dos computadores são definidas matematicamente. Não hã neste sistema uma composição de ciências, e mesmo a interação com os usuários é limitada à captação de seu movimento por um mouse. No entanto, não se pode dizer que o usuário definiu exatamente qual é gráfico final. A imprevisibilidade é parte dos sistemas complexos, e esse sistema se propõe a apresentar o imprevisível ao seu usuário.
O vídeo a seguir é uma simulação do uso desse software:
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Continuando...
Reflexões
sábado, 29 de novembro de 2008
A Complexidade de Edgar Morin
Ainda de acordo com Morin, a complexidade tem sua origem na dialética hegeliana, que introduziu a contradição e a transformação no âmago da identidade
Essa definição de Morin esclarece o conceito de complexidade e sua importância para a ciência abruptamente. Em face a qualquer fenômeno de massa, sejam grupos humanos, de formigas ou entidades virtuais, sejam células, átomos ou partículas sub-atômicas, não se pode considerar a manipulação de uma entidade única como verdadeiramente esclarecedora, uma vez que ela em si não é capaz de produzir os resultados que as coletividades em cada uma dessas instâncias gera, bem como não se pode modelar exatamente o comportamento dos grupos, pois todos eles são afetados por fatores aleatórios ou de difícil previsibilidade. As formigas podem ter seu formigueiro devastado por uma grande tormenta, os grupos virtuais podem ter sua comunidade invadida por um hacker, as células podem sofrer mutações por razões que até atualmente a ciência médica não conseguiu isolar. Em face a todas essas abordagens, a complexidade parece um meio de estudo científico desses temas.
Morin também menciona a falência do modelo científico clássico, apenas mascarada pela sua boa capacidade de manipulação
Morin, E. (2005). Introduction à la pensée complexe. Paris: Seuil.
(pelo grupo de pesquisa, 10/2008)
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
peleja digital contemporânea 2
"These new complexities have always existed, hidden within the pre-existing conventions. At the same time, the present potentialities furnished us by the computer simultaneously also repress and hide other operative possibilities. It becomes the job of we architect to construct the new tools and new algorithms able to produce the environmental complexes necessary for our present condition."